+ Retratos do Garcia

Depois de tantos e tantos retratos do Garcia d'Orta, o Tiago quis repor uma injustiça e ofereceu-me este.
Obrigado Tiago, também já tinha reparado que estava a perder o protagonismo!
E, só cá para nós, fizeste bem em favorecer-me, quase não se nota a barriga...
Garcia

Miau, tenho uma espinha atravessada!


20 perfumados retratos do Garcia (não meus, do tal outro) foram, a semana passada, visitar a sinagoga e, qual partida de Carnaval, ficaram lá presos numa das salas!
Claro que agradecem muito esta oportunidade, mas não deixam de mostrar-se um pouco apreensivos: "quanto mais tempo ficaremos aqui?", sussurraram-me.
Eu compreendo-os, a sala do audiovisual é propositadamente escura, sem iluminação e eles não podem ser apreciados como julgaram que seriam (uma vaidade aceitável, tendo em conta o prestígio e a idade avançada destes senhores!).
E depois, enquanto médicos, sabem bem como a humidade é prejudicial para a saúde. Uma constante preocupação para quem já tem uma aparência frágil e não quer ficar mais enrugado... E se, com o tempo, perderem o seu agradável cheiro a plantas medicinais?
Um deles, mais decidido, já arriscou, por várias vezes, saltar da parede onde o puseram!
Agora, que já mataram as saudades da sinagoga, gostavam mesmo era de conhecer outros locais mais recentes da sua vila e ver mais conterrâneos seus. E depois, têm também muita curiosidade de conhecer a escola à qual deram o nome...
Estou certo que lhes farão a vontade.
Uf, já se me soltou a espinha!
Garcia

Aqui há gato!


Miaau, era suposto eu comentar os gatafunhos que estão nas vossas mesas...Quem resolveu desviar a máquina fotográfica no momento do click?
Estou a ver uns sorrisos suspeitos...

Garcia

P.S. Reparem aqui em baixo que esta não é a habitual etiqueta GATAfunhos mas uma nova que estou a inaugurar. Para ir miando aquilo que me apetecer...

Retratos do Garcia

No tempo do meu tetra-tetra-avô, nasceu por cá um rapaz cristão-novo a quem deram o lindo nome de GARCIA d´Orta (não é lindo?).
Estudioso e observador, rapidamente chegou a médico do rei D. João III e, quando já lhe adivinhávamos uma carreira de sucesso na corte, resolveu embarcar para a Índia!
Não fosse o livro mundialmente famoso que escreveu sobre as drogas e plantas medicinais lá daquelas lonjuras e até nós, gatos, lhe teríamos perdido o rasto...
Na verdade, Garcia d'Orta descreveu no livro unicamente o que havia observado e experimentado com rigor durante anos ( parece óbvio!) mas tanto método científico foi uma novidade para a época e tornou-o uma referência universal!
Bem, chega de histórias e vamos aos GATAfunhos... Como é que o imaginaram?
...entre os potes de medicamentos da sua botica...

...ou acabadinho de chegar à Índia?
...um incansável pensador ...
"escrevo o livro em latim, hebraico, castelhano ou português?????"

...ou satisfeito com a obra acabada...
...com a barba bem aparada...

...com a barba mal aparada e...bigodaça!
...com lupas, livros e plantas para observar

...e a Estrela de David a orientar...
...grisalho, desgrenhado e extrovertido...

...bem aperaltado e muito perfumado...
...enfim, um ilustre e reconhecido botânico..

...com a ciência e o Judaísmo no coração...
...numa alegre celebração da natureza!

E, já agora que estamos no Carnaval, quem descobre quais as plantas que Garcia d'Orta estudou na Índia disfarçadas nestes retratos?
Miau, só de cheirar alguns até já ia uma paella....
Garcia

3a_ De Orta para a Arte, retratos de cheiros e sabores!

Naquele dia falávamos de Arte e retratos. Qual a sua importância neste tempo tão cheio de imagens?
-Os pintores agora não pintam exactamente a realidade. Pintam as coisas de maneira diferente e até ficam giras...- comentou o Manuel.
-Agora já há fotografias onde fica tudo igual e por isso os pintores pintam diferente- acrescenta o Tiago.
E o que nos dizem os retratos sobre a pessoa retratada?
Mário Soares (1991),Júlio Pomar
-Está a discursar!- disse a Filipa.
-É um político e os políticos falam muito. Parece que está a dizer: vamos acabar com o défice!- disse a Laura e exemplificou com as mãos...

Mas... podemos retratar uma pessoa sem a termos à nossa frente?
D.Sebastião-Rei (1985), José de Guimarães
-Aquele é o rei em vida e este, branco ,cheio de esqueletos, é o rei morto- disse o Carlos.
-Tem uma cobra no peito e outra a fazer de espada, é a morte- interpreta o Daniel
-E porque foi a morte deste rei tão importante?
-Porque perdemos a independência...

E como podemos retratar o médico Garcia de Orta? Como podemos transmitir quem foi?
Fomos experimentar.Por momentos fechámos os olhos para o vermos melhor.Onde o encontramos? Ainda novo, na sua terra natal? Já grisalho, por entre a folhagem do seu jardim indiano? E se o retratassemos com as plantas medicinais que estudou e descreveu no seu livro?
Então, lápis de carvão avançaram decididos sobre as folhas brancas.

Depois chegaram os pincéis de cheiros: peles de gengibre, cabelos morenos de canela ou loiros de açafrão...Grãos de pimenta e cravo a disputar as barbas...




Naquele dia, viajámos pelos cheiros e sabores da Índia que, há 5 séculos atrás, Garcia d'Orta trouxe até nós e nos são hoje tão familiares. Hummm...e qual terá sido o retrato mais cheiroso que colámos n"O Meu Museu"?


Susana

Nah, não têm futuro como oleiros!



Foi logo o que me ocorreu dizer! Não posso ser sempre simpático, sou um gato independente! E que outra coisa me podiam sugerir estas imagens?!!!!
O entusiasmo foi muito, contaram-me, mas o resultado...
Bem, talvez possam futuramente dedicar-se a outras artes, reconheço que têm dotes de bons observadores!
Estas talhas parecem-me bem restauradas...

Esta até tem o orifício e a marca do oleiro...

E este jarro "Bellarmino" está verdadeiramente fantástico!
Mas alguém me explica, afinal, porque é que estes objectos arqueológicos, já usados e partidos, são assim tão importantes?

Garcia